sábado, 30 de outubro de 2010

Verdades e mitos sobre a carne suína

A carne suína é rodeada por tabus, por já ter sido considerada extremamente gordurosa e fazer muito mal à saúde. Mas o que poucos sabem é que, de meados da década de 1980 até hoje, o porco perdeu 31% da gordura, 14% das calorias e 10% do colesterol e sua carne tornou-se saudável e muito saborosa graças a interferência de nós zootecnistas, que melhoramos a nutrição e genética para que esse animal ganhe peso em carne e não mais em gordura.
* Mito – A carne de porco faz mal à saúde humana: A carne suína disponível atualmente no mercado não merece os conceitos  de que é gordurosa e faz mal à saúde. Ao contrário, trata-se de um alimento nutritivo e bem saboroso, muito equilibrado em sua composição e, que pela sua quantidade em vitaminas e minerais, deveria ocupar um maior espaço na mesa do consumidor brasileiro sem dúvidas.

* Mito – A carne de porco causa doenças: Existe uma idéia de que a carne de porco transmitiria a cisticercose. Mas a doença pode ser provocada por qualquer tipo de carne (bovina ou suína) ou frutas, verduras e hortaliças mal lavadas. Hoje em dia, com as técnicas utilizadas nas suinoculturas, é praticamente impossível e inexistente a contaminação. Os animais criados soltos (em método siscal também) têm maior probabilidade de transmitir o problema. A contaminação por carne bovina ainda é alta, pois os animais necessitam de pastagens.

Nem verdade, nem mentira – Pelo do excesso de hormônio, a carne de porco é mais saudável que a carne de frango: A carne de porco hoje em dia é sim mais saudável, por causa de um processo de melhora na criação desses animais. Comparado aos hormônios da carne de frango, segundo alguns pesquisadores da Embrapa, o maior ganho de peso e eficiência das aves é devido aos resultados de 40 anos de pesquisas em seleção genética, determinação de três exigências nutricionais e balanceamento de cada nutriente e energia das dietas, ambiência adequada com controles de temperatura, umidade do ar e ventilação das instalações. O que tem que ficar frisado sempre é: o hormônio não é utilizado na avicultura.

Desde meados de 1980, a carne de porco está menos gordurosa e calórica. Essas mudanças se devem aos avanços da genética, através do cruzamento e seleção de animais. O percentual de carne magra era de 50% antes da década de 1980. Atualmente, a carne magra representa de 58% a 62%, um ganho de mais de 10% em média. A tendência é sempre melhorar.


A carne suína possui mais gorduras "desejáveis", chamadas de insaturadas (65%), do que gorduras "indesejáveis", conhecidas como saturadas (35%). O que é muito apreciado pelos nutricionistas. Essa carne também é rica em ácido linoleico, que neutraliza de forma eficaz os efeitos negativos do ácido palmítico, que é uma gordura saturada.

Mito – Não se pode ingerir carne de porco após fazer tatuagem: Muito infundado, porque a carne de porco não tem nenhuma relação com a tatuagem, ou seja, pode ser ingerida sem problemas desde que preparada de maneira correta. O que sabemos é que após fazer uma tatuagem, deve-se ter mais atenção com alimentos gordurosos, logo a gordura de porco também é prejudicial como qualquer outra, a carne, não.

* Verdade – Carne de porco mal cozida pode transmitir parasitas: O preparo sem cuidado da carne suína transmite sim, toxoplasmose e teníase, causadora da cisticercose.

* Mito – A carne de porco é  gorda demais, com altos níveis de colesterol e de digestão difícil: O nível de colesterol contido na carne de um suíno é semelhante às outras carnes (aves e bovinos) e está perfeitamente adequado às exigências do consumidor. É importante saber que a quantidade de colesterol não está diretamente relacionada à quantidade de gordura.

Um bom exemplo em defesa da carne suína quanto ao colesterol é o camarão, que apesar de ter menos gordura do que o suíno, apresenta taxas maiores de colesterol – de 97 a 164 mg/100g –, enquanto a carne suína tem entre 56 e 97 mg/100g de colesterol.

Outro exemplo importante: O nível de gordura em 100g lombo cozido é de aproximadamente 6,7g, enquanto em 100g de filé mignon cozido chega a 10g

* Mito – Carne de porco causa alergia: Mesmo frequentemente ser referida pelas pessoas como causadora de sintomas alérgicos, alergias são raramente causadas pela carne suína. Os alimentos desencadeantes de alergia alimentar variam de acordo com a idade de exposição e com os costumes regionais, além de outros fatores que influenciam. São aceitos por pesquisadores como principais alimentos relacionados à alergia alimentar: leite de vaca, ovos, amendoim, soja, nozes, peixes e frutos do mar.

* Mito – Carne de porco provoca homossexualidade: A afirmação, divulgada no site da organização muçulmana Ahmadiyya, é um mito infundado. O consumo de um alimento não tem a eficácia de mudar a opção sexual de ninguém.

Nem verdade, nem mentira – Carne de porco é  a mais saborosa das carnes: A carne suína é macia e tem um sabor  agradável, que é o motivo de sua grande aceitação. Em pesquisa recente, a aceitação desta carne, quando relacionada ao sabor, foi de 92%. Porém, essa mesma pesquisa mostrou o desconhecimento da população brasileira. Cerca de 35% dos entrevistados referiu-se ao alimento como perigosa e nociva a saúde (principalmente por não saber sobre o colesterol).

* Mito – Usar limão para temperar carne de porco diminui a gordura e melhora a digestão: É um grande mito popular dizer que temperar a carne com limão diminui a gordura e auxilia a digestão. Isso não é verdade. A quantidade de gordura continua sendo a mesma e o processo de digestão também. O limão fica muito bom no tempero da carne suína e não precisa ser descartado.



Saúde Plena.
Paz.

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